ORIGEM da Escola.


TERCINA RORIZ DE CARVALHO PIRES


BIOGRAFIA


         No povoado de Belém, nasceu em 10.07.1898, Tercina Roriz de Carvalho Pires, filha de Josino Pires de Carvalho e Anna Roriz de Sá Pires - Naninha. Faleceu em 12.01.1963.

         Em 1914, aos 16 anos esposou Licínio Lustosa de Carvalho Pires (filho de João Alves de Carvalho Pires e Anna Agra Lustosa Pires - Naninha), com quem teve 11 filhos, dos quais quatro faleceram ainda criança e sete sobreviveram: Ana Lustosa Coelho (casada co o médico Jaime da Silveira Coelho); Alípio Lustosa de Carvalho (casado com a prima Mª de Lourdes Coelho Lustosa); Natércia Lustosa Barros (casada com Emanuel Jesus Barros - Maninho); João Lustosa de Carvalho – Yoiô (casado com Mª do Socorro Belfort Lustosa); Maria Lustosa Belfort – Lili (casada com José Pires de Mattos Belfort); Odete Roriz Lustosa; Ariovaldo Lustosa Roriz de Carvalho – Vadinho (casado com Zélia Lustosa Roriz).

Tercina Roriz orientou os filhos seguindo os princípios morais, éticos e religiosos que presidiam a conduta familiar. Foi uma mãe enérgica, mas carinhosa. Monsenhor João de Araújo Pires dizia que Tercina Roriz não possuía estudos secundários, mas usava de conhecimentos de psicologia na educação dos filhos, por isso tinha uma família tão equilibrada.

         Executava violão e cantava nos círculos familiares íntimos, numa época em que os instrumentos musicais eram exclusividade dos instrumentistas do sexo masculino da Filarmônica 25 de Julho (atual Filarmônica Dionon Pires), inclusive seu esposo Licínio Lustosa de Carvalho Pires. Incentivava o gosto artístico nos seus filhos: o filho João Lustosa de Carvalho –Yoiô destaca-se como músico e compositor, tendo sido maestro da Filarmônica durante muitos anos; a filha Ana Lustosa Coelho – Nanete organizou e dirigiu peças teatrais; na juventude, Alípio, Lili e Ariovaldo eram atores de peças encenadas no Teatro Santa Cecília; Alípio era poeta e criou o Grêmio Lítero-Musical Esportivo Tristão de Ataíde, transformado em Sociedade Belém Cultural, depois mantenedora da Filarmônica e do Teatro; Ariovaldo é poeta, compositor, sendo autor do Hino Oficial de Belém de Belém do São Francisco.

         Era extremamente católica e toda família participava ativamente das atividades da Igreja, tendo exercido a presidência do Apostolado do Coração de Jesus e sucedida por sua filha Nanete. Por escolha das pessoas de menor poder aquisitivo da cidade, durante algumas décadas Tercina Roriz foi encarregada da Noite dos Pobres no novenário de Nossa Sra. do Patrocínio, que depois se denominou Noite dos Artífices e, ao falecer, foi substituída por sua filha Odete Roriz Lustosa e, depois, por Edite do Ó, Expedita Medrado e Maria do Patrocínio - Patu. Tercina Roriz trazia a banda de pífanos da ilha e providenciava a tradicional girândola de fogos de artifícios que davam beleza e alegria à noite, ficando como tradição no novenário. Essa liderança devia-se ao trabalho que realizava junto aos pobres, orientando-os na solução de problemas, assistindo-os e encaminhando-os para os serviços da comunidade. Nessa assistência aos mais necessitados, teve como seguidoras suas filhas professoras Natércia Lustosa Barros e Odete Roriz Lustosa.

         Estimulava os filhos nas atividades educacionais: por iniciativa de Alípio Lustosa de Carvalho (promotor a partir de 1952 por concurso do Ministério Público), os irmãos, cunhados, e conterrâneos, participaram da criação a Sociedade dos Amigos da Instrução de Jatinã – SAIJ, para a fundação da Escola Normal Nossa Sra. do Patrocínio e do Ginásio Menino Deus, da Escola Profissional. Ariovaldo fundou o Ginásio Industrial de Belém do São Francisco. Seus filhos ocuparam funções políticas: prefeito, Alípio Lustosa de Carvalho (1947-1951) e Ariovaldo Lustosa Roriz de Carvalho (1955-1959); vereadores mais votados em suas eleições e presidentes da Câmara de Vereadores: João Lustosa de Carvalho e Ana Lustosa Coelho (primeira mulher vereadora). Incentivou os pobres para ingressar na escola, inclusive os trabalhadores rurais de sua propriedade
        
         Incentivava e estava presente em todas as atividades sociais: bailes, horas de arte, peças teatrais, jogos de futebol dos times da cidade (Aymoré que era da cor azul e Tamoio de cor vermelha), atividades cotidianas e evento religiosos.

         Vivendo no tempo em que as mulheres cuidavam de afazeres domésticos, Tercina Roriz teve importante atuação nas comunidades urbana e rural (principalmente nas ilhas) de Belém do São Francisco. Por isso, o prefeito Aníbal Lustosa Sobrinho (1963-1969) enviou mensagem à Câmara que, aprovada, denominou a Escola Tercina Roriz, em reconhecimento à sua atuação comunitária.


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